terça-feira, 11 de abril de 2017

A Menina Dos Meus Olhos


- À um amigo apaixonado, romântico, incurado do amor!   

Éramos jovens......

Eu, um garotão de vinte e poucos anos.
Ela, mais velha do que eu.

Estávamos na Faculdade.
Ela era considerada a segunda mais inteligente.

Tão charmosa.
Tão linda.
Tão bela.
Tão minha.

Eu não sabia nem o seu nome,
Mas o que eu mais queria era descobrir.


Descobri-la por inteira.
Como se chamava;
O que gostava;
Onde morava;
O que fazia.


Queria passar ao lado dela uma tarde;
Uma semana;
Uma vida inteira.

Bela moça.

Chamava muita atenção.
Percebi não ser o único que roubara o coração.

Mas ninguém tinha coragem de se aproximar,
Tentar se declarar ou qualquer coisa do tipo.

Ela intimidava a mim.
E à todos.

Por onde passava, brilhava.
Seu lindo cabelo ruivo encantava.

Foram dois anos.
A gente se encontrando pelos corredores.
E aquela menina sempre me olhava.
Eu me perguntava o que ela pensava quando me via.

Eu a queria;
Perto de mim.
Conversar,
Olhar nos olhos,
Tocar seus lindos cabelos ruivos,
Andar de mãos dadas,
Não pensar em mais nada.

Enfim, depois de tanto tempo, nos aproximamos.
Conversamos.
Eis que queria saber que nota eu havia tirado.
Parecia mais uma desculpa pra gente se falar.

Com o tempo, fomos nos aproximando.
Nos conhecendo.
Por várias vezes saímos,
E até ficamos!
E eu nem sou capaz de descrever esses momentos.
Ela até conheceu a minha família e eu a dela.

Não haviam impedimentos.

"Nos apaixonamos" - pensei.
Era tão evidente, pra mim.
Mas, com o tempo, vi que me enganei.

Ela era tudo o que eu queria.
Mas não adiantava, eu me enganava, a ruiva só me desfazia.

Eu romântico, sonhador.
Pensava e arrumava meios de aproximá-la de mim,
Mas sempre resultava em dor.

E eu sei que o que eu sentia era amor.

Ela só queria zoar.
Curtia com os meus sentimentos.
Me fazia de bobo.
Eu fui, realmente, um tolo.

E aí começaram os desentendimentos.

Me enganava.
Me enrolava.
Pra ela, era viver alguns momentos e mais nada.
Mas, dentro de mim, não era assim.
Não era o que eu imaginava pra nós dois.
Queria que fosse minha.


Minha menina.
Minha garota.

Eu só sabia pensar.
Pois aquela linda moça não saía da minha cabeça.
Eu sonhava com o seu olhar.

Eu ainda lutei,
Tentei,
Insisti,
Conversei.
Não me conformava.
Em alguns momentos ela me fazia entender uma coisa.
E, de repente, mudava.
E, então, eu não entendia mais nada.

Eu me abri com alguns amigos. Poucos!
Me escutavam,
Me orientavam.
Tentavam me fazer enxergar.
Mas o problema, é que era difícil aceitar.

Hoje, passado esse tempo.
Ainda a tenho aqui dentro.
Me lembro perfeitamente do cheiro, o olhar e o jeito de falar.
O cabelo comprido e ruivo balançando ao caminhar.

Porém, sou grato.
Essa dor me fez crescer.

Aprender, amadurecer.

Ver que sentimentos vem,
E, da mesma forma, vão.
Que tudo é ensinamento e, absolutamente, nada é em vão.

Ah, Ruiva...
Mas como você torturou,
Disparou,
Ocupou o meu coração!


Renata Galbine!

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