domingo, 12 de junho de 2016

O Inexistente



E o vazio não é por não ter mais você.
O vazio é por não ter quem eu imaginava que pudesse ser.
O vazio é de uma imagem que eu enxerguei.
Criei.
Mas me decepcionei quando notei que não existia....
Não queria.
Se fazia.


Ilusão.

A saudade é vaga.
Não é saudade sua.

Saudade de quem não existe?
Não é saudade de você.

Mas como pode ser?
Se enganar tanto assim.

Você veio pra mim.
Como um sonho.
E foi embora.
Sendo a maior decepção.

Agiu como se não tivesse coração.
E se esquecendo do meu.
E eu ainda tento estar bem.
Por completo.
E eu ainda tento esquecer.
Totalmente.

Já tem tanto tempo que nem parece tanto assim.
Seis meses.
Meio ano.
Tantos dias, semanas já se passaram.
Tanta coisas eu já vivi.
Novas histórias, momentos.
Mas, às vezes, você vem aqui.
Me atormentar.

E depois que você começou a namorar, de novo.
Confesso.
A mágoa deu uma despertada.
Voltei a me sentir a única errada.

Quanto tempo esse novo relacionamento vai durar?
Por quanto tempo o Príncipe você vai conseguir bancar?
Pra sempre ou, de novo, por um breve momento?

Será que ela você vai conseguir amar?
Será que ela, sim, vai conseguir te completar?
Será que com as cobranças dela você vai conseguir lidar?

Não é saudade sua.
Sei lá.

É complexo.
É ego.
Afeto.

É não saber, mas ter que aprender lidar com essa louca maneira de amar.
Imediatista.
Onde tudo existe, tudo pulsa, tudo fala e tudo quer.
E de repente, fim.
Não quero mais você pra mim e tchau.

Já me despedi da ilusão de quem eu criei.
Mas não sei.
Às vezes, volta.

Ou, talvez, nunca tenha ido.
Talvez pra mim mesma eu tenha mentido.
E de você eu não tenha esquecido.


Renata Galbine!

quarta-feira, 8 de junho de 2016

A Dor É Sua.



O sorriso que sai, nem sempre é a expressão que está dentro de nós.
O que está dentro de nós, nem sempre, será reconhecido, compadecido pelo próximo.
Normalmente, não.
A sua dor e dificuldade pode ter a maior intensidade: Pra você.
Mas para o outro, raramente, ela terá tal proporção.

Isso porque a dificuldade, é sua.
A dor, está dentro de você.
E quem está sentindo não é seu amigo, seu parente, seu vizinho.
É você!
Só você sabe o que passa e enfrenta.

O outro?
O outro não vai entender até que seja com ele.

E você:
Não espere que seja diferente, porque só vai somar o seu sofrimento, acrescentando aborrecimento.
Não estamos aqui pra provar tudo o que passamos e enfrentamos.
Mas, sim, para nos superar.
Por nós mesmos.
Enfrentar o que nos é imposto pela vida.
Amadurecer com as dificuldades.

Evoluir.
Encarar.
Diluir a dor.
E se superar a cada dia.
Assim como o que você passa, pode não ser nada para o outro.
O que o outro passa, pode passar desapercebido pra você.

Cada história um conteúdo.
Cada dificuldade um propósito.
Cada coração uma verdade.

O fato de você estar em pé, sorrindo, não quer dizer que não tenha problemas ou que esteja bem.
Mas, sim, que é forte o suficiente pra levantar a cabeça, encarar a vida e não desistir.
Mas nem todo mundo pensa assim!

As pessoas costumam ser muito taxativas.
O ser humano, é um ser extremo.
Para acreditar em um problema, em uma doença, em uma dificuldade, é preciso ter sangue, um cérebro aumentado, cadeira de rodas ou coisas do tipo.

O ser humano, é fatídico.
Tem que ver pra crer.
Senão é mentira, exagero.
Senão não acredita.
Senão não se compadece.

Mas, de qualquer forma, ouve e logo esquece.

Então.
Encare seus problemas.
Lide com suas dificuldades.
O que importa é a sua verdade.
Seja mais forte que a dor.
Porque não há mal que dure para sempre.


Renata Galbine!

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Família



Família é uma coisa engraçada... pra não dizer ao contrário!

Tem parente que nem parece parente.
Tem parente que nem parece que é do mesmo sangue que a gente.

Mesmo sangue, sabe?!
Identidade.
Sobrenome.
Laços!

Isso tudo se torna indiferente.
Porque eles mesmos se fazem dessa maneira.
Parente que se faz distante.
Distante mesmo.
Como se você não existisse pra ele e ele pra você.

- "Oi, tudo bem?! Como estão as coisas? E a família?"
- "Tá vivo?!"
- "Saudade!"

Família é uma palavra grande.
Com um significado maior ainda.
Mas que, por muitas vezes, se torna insignificante.

Existem parentes que, às vezes, me esqueço que são meus.
Permanecem no seu mundo, ignorando o seu.

Aquele tio que te despreza.
Aquela tia distante.
Aquele primo inconstante.
Aquela prima viajante.

Família essa que se faz completamente distante.

- "Oi, você se lembra de mim?! Estou aqui!" - é o que penso, mas não digo!

E quando morre, aparece e resolve se lembrar.
Chora e diz:

- "Que pessoa boa perdemos hoje."

Mas "ontem", esquecemos de lembrar enquanto estávamos aqui podendo nos amar.

Depois não adianta chorar.
Chorar por algumas horas, minutos...
Depois não tem como dizer o que não foi dito.
E se não há nada pra dizer hoje, tão pouco existirão lágrimas pra escorrer amanhã.

Só observo a maneira fria e constante.
Presente e marcante.
De laços tão distantes.
Não seremos hipócritas no amanhã.
Se o hoje é frio, vago e vazio.


Renata Galbine!