domingo, 30 de abril de 2017

Vivencio De Breves Começos


É estranho.

Mas é como se eu não me encaixasse a mundo nenhum.
É como se nenhum ninho fosse o meu.
É como se nenhum ciclo de amigos fosse pra mim.

É como se todo pouso fosse incerto.
É como se eu olhasse pra trás e visse o deserto.
É como se todo sorriso não fosse sincero.
É como se ninguém fizesse questão de me ter por perto.

É ruim...

Você se sente deslocado.
Meio perdido.
Erroneamente julgado.
Às vezes, rejeitado.

É como não ter raízes em lugar nenhum,
É como não entrar, de fato, em coração algum.

É como não ser especial o suficiente.
É como se sempre chegasse alguém a sua frente.
E você se torna, então, dispensável.
Pouco notável.
Alguém descartável.

É chato...

Ninguém sente como você.
Tão pouco, consegue compreender.

Você pode falar.
Até mesmo gritar.
Mas ninguém faz questão de te escutar.

Me sinto sem voz.
Sem cor.
Sem vida.
Só queria me sentir aceita.
Amparada.
Compreendida.

É esquisito...

Me vejo tentando me inteirar, me inserir no mundo do outro.
O que o outro gosta.
O que o outro fala.
O que o outro escuta.
O que o outro faz.
E, quando noto, me vejo distante de mim mesma.
Mas se me aproximo de mim, me distancio dos outros.
E me perco.

Não sei como lidar com essa minha forma de ser.
Sem perceber me distancio e distancio de mim a possibilidade de quaisquer proximidade do bem querer.

E finjo que tô bem.
Que não preciso de ninguém,
Tropeço no meu próprio vazio.

Me perco.
Caio.
Enlouqueço por algumas horas.
Às vezes, dias.
Mas levanto.
Olho pra todo canto.
Mas sem saber que caminho seguir.

Quando acho que estou chegando.
Finalmente, me aproximando.
É hora de partir.

É como andar contra a corrente.
Contra o fluxo de toda gente.
Você anda, anda, anda.
Procura.
Se cansa.
Mas nunca chega a lugar nenhum.
Você nunca está em coração algum.

Não sou daqui.
Não sou de ti.
Só sei de mim.
De onde eu vim.

Mais ouço não.
Nem sempre sim.
Queria me sentir como uma flor em um belo jardim.
Mas me sinto como uma palavra riscada em um velho folhetim.
Vivencio de breves começos.
Mas presencio sempre um longo fim!


Renata Galbine!

sábado, 29 de abril de 2017

Amarrando O Cadarço


Dia desses, em meio a rotina do dia a dia.
Na famosa correria contra o relógio.
Me arrumando pra sair.
Pega isso. Guarda aquilo.
Amarrando o cadarço do meu tênis, por alguns segundos, parei pra pensar.

Notei o quanto eu realizei aquilo com rapidez e facilidade.
E imediatamente me lembrei a dificuldade, no começo, de conseguir fazer aquilo.

Há muitos anos atrás, quando o meu pai, pacientemente, me ensinava.
Fazia lentamente e eu olhava.
Com muito custo,
Os dedos sem jeito,
Muitos laços desfeitos,
Fui aprendendo.

Aquilo parecia tão difícil.
Na minha mentalidade de criança, cheguei a pensar que não fosse possível conseguir.
Me irritava, mas não desistia.
E o meu pai me motivava e insistia.

Quando eu achava que havia conseguido, o nó se soltava.
E quando eu conseguia amarrar, em poucos minutos ele se desfazia.
Até que aprendi.

Mal imaginava as reais dificuldades que teria que enfrentar ao longo do caminho.
No decorrer de cada ano vivido.

E que por mais que o meu pai tentasse me ensinar,
Eu jamais seria capaz de aprender de forma plena,
Se não vivendo.
Se não errando.
Se não tentando.
Se não acertando.
Se não chorando.
Nem sempre sorrindo.
Tão pouco fugindo.
Mas encarando de frente.

A vida é exigente.
Não te dá muito tempo.
Nem é paciente quanto um pai.

Mal imaginava aquela pequena menina o quanto seria trabalhoso fazer e manter laços.
Laços humanos.
Laços familiares e de amizades.

Mais do que isso:
O quanto seria complexo desatar os nós da vida.
De tantas dificuldades surgidas.
Porém, delas, as maiores aprendizagens.

Mal imaginava o quanto era simples manusear dois cadarços que se trançam e se prendem.
Mas o quão difícil é lidar com seres humanos que nem sempre se entendem.

Mal imaginava que aquela seria uma das primeiras e menores dificuldades a ser enfrentada.
E o quão difícil tudo vai se tornando a cada fase vivida e alcançada.

Eu acho que, quando um pai ensina a amarrar um cadarço.
Ele não só ensina, simplesmente, a AMARRAR UM CADARÇO.
Ele ensina que nós, desde pequenos, temos que possuir algumas coisas dentro de nós,
Assim como:

Atenção.
Paciência.
Persistência,
Acreditar que vamos conseguir,
Tentar e não desistir.

Algumas vezes, vamos nos enganar, achando que conseguimos amarrar.
Outras vezes, vamos conseguir, mas no decorrer do caminho, vai se soltar.
Mas nem por isso vamos desistir dos laços.

Os laços da vida.


Renata Galbine!

Fazer Amor


É sobre fazer amor.
Não sobre, simplesmente, transar.
Mas, sim, amar ao se entregar.
E ser amado
E ser sentido.
Admirado.
Respeitado, mesmo na forma mais intensa e fugaz.

Sabe essa sensação?
O prazer do amor.
Não só do tesão.

Vejo tantas pessoas saindo.
Se entregando.
Até mesmo mentindo pra conseguir uma transa.

Pesado, né?!
Mas real!

Vejo pessoas se sujeitando.
Em uma noite se estreitando.
Na manhã seguinte se despedindo.
E logo após se ignorando.
Como se não se conhecessem.
Como se nunca tivessem se visto.

Talvez nem se conheçam mesmo.
A fundo.
Essência.
Personalidade. Real identidade.
Mas é incrível que, o pouco que conheça, desconheça tão rápida e facilmente.

Transar por prazer.
Apenas prazer!

Desejo.
Apenas desejo!

Aliviar uma vontade.
Necessidade momentânea.
Que amanhã vai vir de novo.
E, com ela, vão vir outras situações.
E pessoas.
E momentos.
E desprezos!

O fato não é o lugar que você escolhe.
Mas com quem você vai fazer!

O fato não é como você faça.
Desde que, quem fizer com você, não te desfaça depois!

Atualmente, ouvimos de forma muito comum frases clichês.
Baixas e banais.
Vulgares.
Vazias e superficiais.

O importante é "pegar".
Fazer contagem de quantas pessoas "pegou".
"Comer".
"Tirar onda" que ficou,
E depois jogar fora.
"Cair fora".

Nos tornamos peças.
Objetos.
Restos.

Pouco vemos o amor sendo enfatizado.
A sintonia do corpo e do olhar.
O encontro da pele e da alma.
As bocas que se tocam.
O toque que se enlaçam.
Os corpos que se encaixam como imã em cada segundo de amor.

É possível, sim, transar com amor.
Mas isso parece cada vez mais raro.
A ponto de parecer impossível a possibilidade de viver.
Já que estamos mais preocupados a suprir necessidades momentâneas.

Saciar o tesão de hoje.
O meu.
Dane-se o do outro.
É o meu prazer.
Minha vontade.
Dane-se a sua verdade.
Não tô pensando no futuro.
Só quero que essa noite você esteja presente na minha cama.
Ou no meu carro.
Ou na parede da balada.
No portão da sua casa.
E depois tchau.

O quão banal nos tornamos.
Preferimos viver o hoje.
Sentir o hoje.
Do que pensar no amanhã.

Construímos castelos de areia.
Construímos teias e mais teias.
Infestadas de lixos.
Restos.
Coisas,
Pessoas
E momentos desprezíveis.

E deixamos.
Nos permitimos.
Nos sujeitamos!

Será que não acreditamos mais no amor?
Será que não pensamos mais no futuro como nossa própria morada?
E o que vamos encontrar quando chegarmos nele?

De fato, vamos chegar lá, mas, às vezes, parece que não.
Que não pensamos.
Não nos preocupamos.
Não nos importamos.

Será que somente no momento presente nos preocupamos em viver, dar e ter prazer, se entregar, conhecer, transar, deixando de nos amar?

Em que momento passamos a nos tornar objetos?

Em que momento vamos despertar e negar essa forma vazia de tratar o outro?
De se envolver com o outro.
De ter o outro.

Em que momento vamos parar de "dar" parte de nós à pessoas banais e começar a dar valor ao nosso corpo, alma e espírito?

- Você fez sexo hoje?
Não precisa me responder.

Mas responda a você:
- Você já fez amor esse ano?


Renata Galbine!

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Quando Bate O Vazio


É que, às vezes, bate um vazio...

Por algum motivo.
Ou por motivo algum.

Um vazio.
Uma angústia.
Uma nostalgia.
Um aperto no peito.
Um frio na alma.
E não há nada que acalma.
Se não o tempo.
O silêncio.
O isolamento.

É uma vontade de estar a sós com nós mesmos.
Com nossos pensamentos.
E ninguém mais.

É que, às vezes, bate uma angustia...

Um desânimo do hoje.
Um desespero do amanhã.
Um medo do futuro.
Uma sensação de estar caminhando sem rumo.

É uma vontade de dormir e acordar bem depois.
Como se aquela ideia esperada, fosse aflorar.
Como se aquele caminho necessário, fosse clarear.
Como se aquele amor ignorado, fosse voltar.
Como se aquela força adormecida, fosse despertar.

Mas não aflora.
Nem clareia.
Não volta.
Nem desperta.

E a angústia aperta.

É que, às vezes, bate um medo...

Medo da imensidão do mundo.
Da efemeridade da vida.
Da complexidade da existência.
Do vazio do ser humano.
Que reflete em nós.

É que, às vezes, bate um vazio...

E quando o vazio bate.
Parece que nunca vai passar.
Parece que nada será capaz de aliviar.
Parece que em momento algum vai melhorar.

Mas passa.
Alivia.
Melhora.

E a felicidade sempre volta.
Adentra.
E transborda dentro de nós!


Renata Galbine!


quarta-feira, 26 de abril de 2017

Vida Que Passa


Vida que segue.
Vida que anda.
Vida que passa.
E não há nada que volte.

Nem um minuto.
Nem um segundo.
Nem um momento.

Aprendo.
Me entrego.
Não nego.

De pouco, não quero nada.
Minha vida, pra mim, é tudo.

Eu só quero se for MUITO!


Renata Galbine!

Não Precisa


Você não precisa fazer nada por mim.
Mas também não me faça de trouxa.

Não precisa dizer que me quer.
Se você não me quiser.

Não precisa falar que me ama.
Se o que quer, é apenas me levar pra cama.

Não precisa me surpreender.
Se depois do primeiro encontro vou ter que te esquecer.

Não precisa me iludir.
Se o que você quer é sair e depois sumir.

Não precisa usar máscaras.
Nem mesmo se passar por um personagem.
Ocultar sua verdadeira imagem.
Pra depois eu enxergar sua real identidade.

Eu posso querer o mesmo que você:
Nada!

Eu posso esperar o mesmo que você:
Prazer!

Mas se você me der a entender que eu posso querer tudo,
Porque é o que você quer e pretende ter.
É covardia sua não me oferecer se não muito.

Não precisa se passar por aquilo que você não é.
Apenas pra arrumar uma mulher que te quer.

Não precisa dá a entender que você é um Homem.
Se, no fundo, qualquer um é capaz de perceber que você é um moleque!


Renata Galbine!

Por Que É Tão Difícil?


Por que é tão difícil?

Por que é tão difícil estarmos satisfeitos?
Por que é tão difícil aquela mulher não se colocar defeito?
Por que é tão difícil economizar dinheiro?
Por que é tão difícil nos aceitar como somos?
Por que é tão difícil agradecer o que temos?
Por que é tão difícil enxergar o lado positivo?
Por que é tão difícil falar a verdade?
Por que é tão difícil agir com cordialidade?
Por que é tão difícil lidar com a sinceridade?
Por que é tão difícil acordar com o despertador?
Por que e tão difícil apaziguar uma dor?
Por que é tão difícil esquecer um amor?
Por que é tão difícil lidar com a mudança?
Por que é tão difícil ter confiança?
Por que é tão difícil se desprender dos traumas da infância?
Por que é tão difícil ser puro como uma criança?
Por que é tão difícil lidar com as diferenças?
Por que é tão difícil não se irritar com exigências?
Por que é tão difícil ter paciência?

Por que é tão difícil enxergar que nem tudo é tão difícil assim?
Por que é tão difícil enxergar que a vida é simples e somos nós quem complicamos?
Por que é tão difícil enxergar que se não há esperança, não há perseverança?

Por que é tão difícil escutar alguém dizer: "É tão fácil viver"?

É tão difícil assim pra você?

Por que é tão difícil, pode me dizer?!


Renata Galbine!

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Mente e Coração


O Coração disse:
- Volta!
Não consigo te esquecer.

A Mente responde:
- Nota!
Ele não é pra você.

O Coração insiste:
- Não aceito!
Por que me fez querer?

A Mente explica:
- Escolhas.
Nós temos que compreender.

O Coração não desiste:
- Difícil.
Lidar com essa fria maneira de se desfazer.

A Mente, paciente, tenta faze-lo entender:
- Se acalme!
Nem todo mundo é como você!

A Mente adormece.
E, então, o Coração chora,
Implora.
E roga:
- Por que?! Eu não consigo entender.

A Mente.
Realista,
Exigente.
E já impaciente, desperta e volta a dizer:
- Pare!
De nada adiantará você sofrer!

O Coração se isola.
Por alguns minutos, chora.
E, finalmente, consegue adormecer.

Um novo mês se inicia.
E com ele mais um amanhecer.

O que ninguém imaginaria,
É que bem antes do meio dia,
Como num sonho, a campainha tocaria.

Lá estava ele.
Em frente a porta, carregado de uma grande euforia.
Era evidente a sua agonia.

No momento em que ele decidiu voltar,
Querendo naquele coração de novo entrar.

O Coração,
Surpreso,
Maltratado,
Porém,
Calejado da dor.
Decididamente, respondeu, sem pensar:

- Volte em algumas horas,
Daqui alguns dias,
Quem sabe numa próxima vida.

É que aqui não tem mais lugar pra você ficar!


Renata Galbine!

Aprender A Expressar


Fala.
Não cala.

Expressa.
Não guarda.

Senão sufoca.

Coloca pra fora.
Senão machuca.
E não cura.

Sei que tá difícil.
Mas não é impossível.

É o que dizem, não é?!

Demonstra,
Pergunta,
Questiona,
Não esconda.
O que o outro pensa de você não conta.

O que está em jogo é quem você, de fato, é e está tentando ser.
E não o que apontam de você.
O que julgam em você.
O que esperam de você.
Sem ao menos te oferecer o que você também tem o direito de receber.

Reciprocidade:
Você, muitas vezes, não vai ver.

Verdade:
Você nem sempre vai ter.

Mentira:
Serve pra você aprender.

Aprender quem merece estar perto de você.
Aprender que dar, nem sempre é receber.
Aprender que a verdade pode estar em um olhar.
Aprender que a mentira pode estar no que você fantasia que seja ou não se permite enxergar.

Aprender.
Simplesmente, aprender.

Aprender a cada dia.
Aprender a cada recaída.
Aprender a cada queda.
Aprender a cada sofrimento.
Aprender a cada decepção.
Aprender que nada é em vão.
Aprender a cada momento da vida.
Aprender com tudo o que vai.
Aprender com aquilo que fica.

Aprender a falar e se expressar.
Coloca pra fora.
Demonstra.
Chora!

Aprender que, se está difícil, vai passar.
Força!

O verbo é: "superar".
Tudo vai melhorar!

É o que dizem, não é?!


Renata Galbine!

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Insuficiente


Quando você não se sente suficiente.
Quando você sente que sua vida não vai pra frente.
E o mundo a sua volta é, completamente, exigente.
E você não sabe mais o que oferecer, pois sabe que está dando o melhor de você.

Mas, ainda assim...

O que você faz:
Não tá certo!

Como você faz:
Não tá bom!

Como você é:
Não agrada!

Como você pensa:
Não satisfaz!

Como você age:
Afasta!

Como você sente:
Assusta!

Quando a vida não perdoa.
Quando um amigo te magoa.
Quando um pai não reconhece.
Quando um irmão te entristece.
Quando sua saúde te impede.
Quando sua mente enlouquece.
Quando sua força enfraquece.
Quando o coração pede.
Quando a saudade aperta.
Quando o vazio desperta.
Quando o medo disserta:

- "Você não vai conseguir!".

E, então, você não consegue seguir.
Pensa, até, em desistir.
Não sabe mais por qual caminho pode ir.

Não se sente o suficiente.
Se sente, completamente, impotente.

Impotente com a vida.
Impotente com a família.
Impotente com o amor.
Impotente com a amizade.
Impotente com a dor.

Impotente de verdade!

Quando você sente profundamente e intensamente.
Absolutamente tudo.

Sente.
Ressente.
Pensa.
Repensa.
Chora.
E sente.

Porém, nunca sente ser o suficiente!


Renata Galbine!





segunda-feira, 17 de abril de 2017

Tolice. Burrice. A toa. Em Vão.


Não é que eu me apaixonei por você.
Eu me encantei pelo jeito que você se mostrou ser.

Sincero,
Maduro,
Carinhoso,
Transparente,
Coração puro.

Não é que eu enxerguei só o que eu queria ver.
Você só me mostrou o que eu queria ter.

Carinho,
Atenção,
Respeito,
Admiração,
Confiança,
Companheirismo,
Troca.

Não é que você fosse perfeito pra mim.
Mas os seus defeitos eram aceitáveis e fim.

Não é que a nossa transa foi maravilhosa e incomparável.
Mas as nossas horas de conversas, era admirável.

Como eu pude me enganar assim?

Não me apaixonei.
Mas me apeguei!

Não duvidei.
Simplesmente, acreditei!

Não imaginei.
Mas vi que me enganei!

Embora eu não entenda.
Eu sei.

Foi em vão o que depositei.
Foi tolice o tanto que me apeguei.
Foi burrice o tanto que acreditei.
Foi a toa o tanto que me doei.

Talvez, um dia eu entenderei.
Talvez!

Mas, confesso:

Em nenhum momento, pensei.
Que a indiferença e o silêncio,
Coisas que sempre odiei e desprezei.
Fosse aquilo que eu fiquei.

Foi o que me deixou.
Foi o que ficou.
De você.
Pra mim.

E fim!


Renata Galbine!

Você Preferiu Ser Mais Um


Você preferiu assim.
Mentiu!

Você se afastou de mim.
Sumiu!

No começo...
Preferiu dizer o que não queria.
Preferiu falar o que não faria.
Preferiu ser o que não seria.
Preferiu demonstrar o que não sentia...
Tão pouco, sentiria.

Horas e horas conversando.
Noites e noites te escutando.
Dias e dias planejando.
Madrugadas a fora imaginando.

Como seria?!

Você me abraçaria.
Me beijaria.
E eu, finalmente, te sentiria.

Você me queria. - é o que me dizia.

E num impulso de nós dois.
Não pensei em mais nada.
Naquela tarde nublada,
Fui até você.

Não estava acompanhada.
Fui pra te ver!

Já me sentia a sua namorada. - você me fez sentir assim.

"Quero você pra mim" - você dizia.
E eu acreditava!

Foi bom te ver.
Te abraçar.
Te beijar.
Estar com você.

Conhecer o seu mundo.
A sua casa.

Conversar.
Te olhar.
Descobrir cada pedaço do seu corpo.
E você do meu!

Transamos.

Te chupei até você gozar.
A nossa troca foi boa.
Apesar de duas vezes você brochar.

É.
Brochou.
Não entendi muito bem.
Mas relevei.
Não me constrangi, nem te humilhei!

Eu estava ali.
Finalmente, vivendo aquele momento.

Nós tínhamos esperado muito por ele.
Não?!

Mas de coração...

Nas poucas horas que tínhamos daquele fim de Domingo.
Você preferiu assistir Faustão.
Parece brincadeira, mas não.

Seus olhos vidrados no Pânico na Tv.
E eu me perguntava:
"Não era você que tanto queria me ver?".

Foi estranho, mas procurei entender.
Até me surpreender depois um pouco mais com você.

Você preferiu mentir.
De novo!

Disse que nada mudou.

Sério?!
Pra que tanto mistério?

Você preferiu se distanciar.
E não me namorar.

Você preferiu se calar.
E não mais falar.

Você preferiu ignorar.
E não concretizar.

Você preferiu ser mais um!
 
 
Renata Galbine!

domingo, 16 de abril de 2017

Me Encantei.


Era uma noite de Sábado...

A Lua, linda, iluminava o céu.

Era noite de Baile.
E eu fui com alguns amigos.

Um lugar familiar.
Que eu adorava frequentar.
E ir para dançar.

Parecia ser só mais uma noite entre amigos.
Conversas e sorrisos.
E a música embalando os nossos ritmos.

Não deixou de ser.

Mas o que eu não esperava.
Tão pouco, imaginava.
Era que ele também estava lá.

Eu estava sentada,
Conversando.

Aos poucos identifiquei:
 Era ele se aproximando.

E veio lindo.

Com seu cabelo tão pretinho.
Sua camisa cor de vinho, combinando com meu vestido,
Seu sorriso tranquilo.
Chegou até mim!

Fiquei surpresa.
Disfarcei!

Encantada.
O observei!

A noite inteira, admirei.

Imaginei:
- Quais são os gostos e manias?
- O que te dá alegria?
Não sei!

Só sei que o admirei.
O olhar profundo.
Um sorriso apaixonante.
E o sotaque marcante bem perto do meu ouvido enquanto dançávamos.

Ele me conduzia.
Eu mal sentia.

Enquanto a cantora cantava.
Ao som do Bolero,
A gente dançava.
E eu mal sabia.

A vontade era dançar com você a noite inteira.
Envolvida em seus braços.
Trocando energia

Precisava escrever.
Só mesmo pra dizer:
Menino,
É impossível não se encantar por você!


Renata Galbine!

terça-feira, 11 de abril de 2017

A Menina Dos Meus Olhos


- À um amigo apaixonado, romântico, incurado do amor!   

Éramos jovens......

Eu, um garotão de vinte e poucos anos.
Ela, mais velha do que eu.

Estávamos na Faculdade.
Ela era considerada a segunda mais inteligente.

Tão charmosa.
Tão linda.
Tão bela.
Tão minha.

Eu não sabia nem o seu nome,
Mas o que eu mais queria era descobrir.


Descobri-la por inteira.
Como se chamava;
O que gostava;
Onde morava;
O que fazia.


Queria passar ao lado dela uma tarde;
Uma semana;
Uma vida inteira.

Bela moça.

Chamava muita atenção.
Percebi não ser o único que roubara o coração.

Mas ninguém tinha coragem de se aproximar,
Tentar se declarar ou qualquer coisa do tipo.

Ela intimidava a mim.
E à todos.

Por onde passava, brilhava.
Seu lindo cabelo ruivo encantava.

Foram dois anos.
A gente se encontrando pelos corredores.
E aquela menina sempre me olhava.
Eu me perguntava o que ela pensava quando me via.

Eu a queria;
Perto de mim.
Conversar,
Olhar nos olhos,
Tocar seus lindos cabelos ruivos,
Andar de mãos dadas,
Não pensar em mais nada.

Enfim, depois de tanto tempo, nos aproximamos.
Conversamos.
Eis que queria saber que nota eu havia tirado.
Parecia mais uma desculpa pra gente se falar.

Com o tempo, fomos nos aproximando.
Nos conhecendo.
Por várias vezes saímos,
E até ficamos!
E eu nem sou capaz de descrever esses momentos.
Ela até conheceu a minha família e eu a dela.

Não haviam impedimentos.

"Nos apaixonamos" - pensei.
Era tão evidente, pra mim.
Mas, com o tempo, vi que me enganei.

Ela era tudo o que eu queria.
Mas não adiantava, eu me enganava, a ruiva só me desfazia.

Eu romântico, sonhador.
Pensava e arrumava meios de aproximá-la de mim,
Mas sempre resultava em dor.

E eu sei que o que eu sentia era amor.

Ela só queria zoar.
Curtia com os meus sentimentos.
Me fazia de bobo.
Eu fui, realmente, um tolo.

E aí começaram os desentendimentos.

Me enganava.
Me enrolava.
Pra ela, era viver alguns momentos e mais nada.
Mas, dentro de mim, não era assim.
Não era o que eu imaginava pra nós dois.
Queria que fosse minha.


Minha menina.
Minha garota.

Eu só sabia pensar.
Pois aquela linda moça não saía da minha cabeça.
Eu sonhava com o seu olhar.

Eu ainda lutei,
Tentei,
Insisti,
Conversei.
Não me conformava.
Em alguns momentos ela me fazia entender uma coisa.
E, de repente, mudava.
E, então, eu não entendia mais nada.

Eu me abri com alguns amigos. Poucos!
Me escutavam,
Me orientavam.
Tentavam me fazer enxergar.
Mas o problema, é que era difícil aceitar.

Hoje, passado esse tempo.
Ainda a tenho aqui dentro.
Me lembro perfeitamente do cheiro, o olhar e o jeito de falar.
O cabelo comprido e ruivo balançando ao caminhar.

Porém, sou grato.
Essa dor me fez crescer.

Aprender, amadurecer.

Ver que sentimentos vem,
E, da mesma forma, vão.
Que tudo é ensinamento e, absolutamente, nada é em vão.

Ah, Ruiva...
Mas como você torturou,
Disparou,
Ocupou o meu coração!


Renata Galbine!

Sou Imperfeita Tanto Quanto Você


Tem gente que, de tão prepotente, com apenas uma palavra consegue derrubar a gente.
Tem gente que, de tão arrogante, só sabe ser exigente.
Tem gente que, de tão indiferente, não faz questão de te ver pela frente.

Exige do outro.
Aponta o outro.
Julga o outro.
Ignora o outro.
Se desfaz do outro.
Se desfaz como se não errasse jamais.

Como se fosse o centro do mundo.
Como se pudesse ter domínio de tudo.
Como se fosse perfeito.
Como se, realmente, não tivesse defeito.

Como se não errasse.
Como se não precisasse mudar.
Como se não tivesse defeitos pra ajustar.

Age como se fosse superior.
Te fazendo se sentir, completamente, inferior.

Tudo o que você faz não conta.
Você se vê a ponto de não saber mais o que fazer pra agradar.
Ou melhor.
Parar de desagradar. Porque é assim que você se sente a todo momento.
Desagradando. Errando. Falhando.
Sendo julgado. Reprovado.
Mas, de fato, você está dando o seu melhor.
Você sabe que está.
É só o que você quer.
Não errar.
Mas, sim, acertar.

Você já não sabe mais o que precisa fazer.
Você já não sabe mais o que precisa mudar.

O seu melhor nunca é o suficiente.
O seu melhor parece estar sempre ausente.

Mas por que fico querendo te provar?
Te provar o que faço.
Te provar quem sou.
Te provar o que busco.
Te provar o que tento a cada dia.

Mas parece que eu não sou capaz de tal autonomia.

Será que você merece ter algo de mim se o que eu sou não te agrada?
Será que você merece me ter por perto se o que eu faço não conta?
Será que você merece a perseverança se você mais sabe agir com arrogância?

Você escolhe quando me quer ter por perto.
Você escolhe quando quer olhar pra minha cara.
Você escolhe quando quer me tratar com frieza.

Pra que tanta indiferença?

Parece bem fácil pra você. E, de fato, deve ser.
É bem mais fácil julgar do que reconhecer.
É bem mais fácil apontar do que enxergar que também precisa mudar.
É bem mais fácil ignorar do que encarar que também tem defeito e nem tudo é do seu jeito.

Ninguém é perfeito, nem você.
Reformule seu conceito, pra você tentar perceber.

Que eu sou imperfeita tanto quanto você!


Renata Galbine!

É Estranho Pra Mim


É estranho pra mim...
Depois de toda troca, te ter como um desconhecido.
Ver você agir como se nunca tivesse me visto.

É estranho pra mim...
Depois de tantas conversas, ter que lidar com o silêncio.

É estranho pra mim...
Ter te sentido tão próximo e, de repente, tão distante.

É estranho pra mim...
Essa forma de se envolver.
Que uma hora diz que quer e, do nada, ter que esquecer.

É estranho pra mim...
Ter que fingir que não ligo, que não sinto.
Que não te conheço.

Mas não esqueço.

Das madrugadas a fora.
Das mensagens escritas.
E das conversas gravadas.

É estranho pra mim...
Ter que lidar com sua indiferença.
Fingindo que nunca estive em sua presença.

É estranho pra mim...
Toda essa frieza.
Isso me dá tristeza.

Eu me pergunto.
Me questiono.
Não consigo entender.

Que forma fútil de sentir e ser.
Que tão fácil consegue ignorar e esquecer.
Desmerecendo tudo o que disse querer.

Desculpa.
De fato, não sei de quem é a culpa.

Mas é estranho pra mim!


Renata Galbine!

segunda-feira, 10 de abril de 2017

T I B A


E então ela chegou...
Tão pequenininha, com apenas 45 dias.

Uma linda bebê.
Peluda e orelhuda.
Uma princesa.
Parecia um brinquedo, pegava até com medo de derrubar.
Era tanto encanto que eu não conseguia me conter.
Era impossível disfarçar!

Às vezes, eles já chegam maiores.
Já chegam adultos.
Mas quando chegam, trazem sempre o amor mais puro.
Uma alegria sem tamanho.
A gente não quer se desgrudar nem pra tomar banho.

Me lembro perfeitamente das primeiras noites.
Eu ofereci a você todo o meu carinho.
E você depositou em mim toda sua confiança.
Eu admirava seu sono e você dormia como quem estivesse em total segurança.
E estava!

Desde bebê você roncava.
E aos poucos eu notava suas características, manias e vontades.
Tão linda. Esperta. Brincalhona.
E aos poucos você crescia.
Desde sempre muito comilona.

A piscina era sua maior diversão.
Nadava, nadava, nadava.
E pedia pra te tirar quando você cansava.

Sempre amou brincar de bolinha.
Eu jogava e você corria.
E conforme você foi crescendo, era você que zelava meu sono enquanto eu dormia.

Se eu ia pra cozinha, você ia.
Se eu ia pra varanda, você estava.
Em momento algum me senti sozinha.
Você sempre é minha maior companhia.
Mesmo que você esteja dormindo, se eu sair devagarinho, você acorda e me acompanha.

Quanto amor.
Quanto carinho.
Quanta lealdade.
Quanta troca.
Quanto companheirismo.
Quanta intensidade em cada gesto e olhar.

E o tempo vai marcando em você que ele está passando.
E a cada dia que passa, eu sinto como se fosse um a menos que tenho ao seu lado.

Você já não enxerga mais e vai batendo em todos os lados.
As verrugas pelo seu corpo não nos permitem esquecer que a lei da vida é envelhecer.
Seu corpo já não te permite mais correr como antes.
Sua respiração cada vez mais cansada e ofegante.
Quantos pelinhos brancos já cobrem seu rosto.
A cada semana, parece que aumentam um pouco mais.
Com isso, sinto, que te tenho um pouco menos.

De todo amor.
De tanto amor.

De tanta fidelidade e lealdade.

De todo olhar e qualquer olhar.
O pidão.
O com sono.
Ou compaixão.

Não há tempo que apague o que fica no coração.
Não há exemplo que seja em vão.

Não há palavras que me resumam a você na minha vida, senão:

Minha Eterna Gratidão!


Renata Galbine!