sexta-feira, 23 de junho de 2017

Quando A Gente Cresce


E aí a gente cresce...

Sai da barra da saia da mãe.
Aos pouquinhos vai soltando as mãos dos pais.

Deixa de engatinhar.
Vai andando.
Caminhando.

E voa!

Aprende a andar sozinho.
Ganha o mundo.
Mesmo, às vezes, inseguro.

Descobre a vida lá fora.

Fora de casa.
Fora do quarto.
Fora do abraço.
Fora do colo.

Fora da proteção diária.
E descobre uma vida tão mercenária.

Competição.
Desilusão.
Mentira.
Falta de compaixão.

Realidade desumana.
Longe de ser "humana".

As pessoas passam por cima das outras.
Pois só pensam em si.

As pessoas dão mais valor ao que escutam.
Do que veem com os próprios olhos.

Mundo material.
Realidade desigual. 

Sociedade materialista.
Humanidade individualista. 

Eu, por mim.
Dane-se o outro.
E, se eu puder, prejudico com gosto.

As pessoas não medem esforços pra prejudicar.
Se vingar.
Mentir.
Manipular.
Enganar.

É tanta força para o mau.
E tanta ausência do bem.

É como se fossemos todos selvagens em meio a uma manada.
Prestes a ser pisoteados.
Atacados.

Já não sabemos mais se corremos para atacar ou se proteger.

E aí você, como um ponto na multidão, tem vontade de gritar.
Pedir socorro.
Correr pra casa.
Mas é em vão.

Porque a realidade lá fora não espera.
Nem venera.
Ela é áspera e austera. 

Quem me dera.
Se o mundo lá fora fosse o que eu, um dia, imaginava que pudesse ser.

Quem me dera.
Se as pessoas não fizessem tanta questão do "ter".

Quem me dera.
Se a verdade fosse questão de honra.
E a dignidade e caráter não fossem toda essa desonra.

A gente cresce...


Renata Galbine!

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