sábado, 17 de junho de 2017

O Casaco.


Na semana passada eu vivi uma situação na qual muito me emocionou.

Como todos os Sábados nesses últimos meses, eu tenho um compromisso e o meu pai me leva até lá.

Estamos no meio do Outono.
Vivendo na terra dos frequentes quarenta graus, dias bem mais frescos e noites geladas.

Antes de descer do carro, agradeci, confirmei o horário que eu sairia e desci.
Ele já estava manobrando, eu segui caminhando, quando ele buzinou.
Olhei para trás e ele gesticulou:

- "Pegou o casaco?!"

E eu balancei a cabeça, dizendo que sim.
Olhei a minha bolsa, mostrando que estava dentro dela.

Ele fez sinal de "joia" e sorriu alegremente.
Sorri de volta e segui.

Entrei rapidamente, pois estava em cima da hora.
Mas depois que cheguei, sentei, respirei.
Comecei a refletir sobre aquele pequeno momento de significado tão amplo e profundo.

A preocupação de um pai.
O amor em gestos.
As mais doces palavras.

Mesmo que o tempo passe.
Que seus filhos cresçam.
E que não esteja mais a total domínio seu, pois isso faz parte da vida: Criar para o mundo.

A preocupação permanece.
Nunca muda.
Nunca deixa de existir.

"Pegou o casaco?!" - ele me perguntou.
Como se pudesse me cobrir.
Cobrir do frio.
Cobrir do mau.
Cobrir das maldades, do sofrimento e qualquer dor.

Como se eu ainda fosse aquela garotinha que ele deixava no portão da escola, tirando sua mão grande e grossa do trabalho diário e entregando aquela pequena mãozinha branca e delicada para o tio da portaria.
Me deixando ali como se eu fosse um cristal!
Eu entrava e seguia.
Ele sorrindo singelamente.
Eu espontaneamente, com a mochila nas costas e o casaco entre os braços.

Você mal imagina o quanto me emocionou essa sua pergunta.

Depois que me dei conta da grandeza dela:
Agradeci!
Apenas agradeci.

Por ter um Pai.

Um Pai presente.
Um Pai que cuida.
Um Pai que zela.
Que se preocupa.
Um Pai que luta.
Um Pai que presa os meus cuidados.
E cada um dos meus passos.

Você e a minha mãe são os meus melhores casacos!


Renata Galbine!

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