sábado, 20 de maio de 2017

13 Anos Depois


E ele volta.
Como se o tempo pudesse voltar.

Me reencontra.
Como se ainda quisesse me ter.

Mal imagina.
Que mais de uma vez já procurei você.

Me descontrola.
Fico pensando como iria ser.

Hoje.
O agora.
Me pergunto se iria me surpreender.

Eu,
não mais menina.
Hoje,
bem mais mulher.

Você,
que tanto me queria.
Hoje,
não sei se ainda quer.

Ontem,
seus fios tão pretos.
Hoje,
já mais grisalhos.

O tempo,
nos deu atalho.
Dessa história que se fez retalho.

13 anos se passaram.

Me reencontra.
Me adiciona.
Me reconecta a você.
E eu fico aqui pensando nesses 600km. que me separam de você.

Tá mexendo comigo.
Me fez relembrar que um dia se fez abrigo.

Conversava comigo, me escutava.
Mesmo quando doente ao meu lado você estava.
E até o momento em que permiti, comigo você ficava.

Mas eu era tão menina.
Tão imatura.
Tão insegura.

Não soube te corresponder a altura.
Não consegui te dar total abertura.
Mas sempre o tive com grande ternura.

Meu mundo era outro.
Meus medos também.
Não saía de casa.
Não queria ser de ninguém.

Minha mãe era abrigo.
Você, pra mim, era perigo.
Me escondia em meu mundo e nele te fiz refém.

Você tentou de tudo.
Não foi pouco.
Sim. Eu sei que foi muito.
Mas meu porto seguro eu não via em você, nem em mais ninguém.

São tempos passados.
Momentos errados.
De fases vividas.
Nem tão compreendidas.
Que não dá pra esquecer.

Te peço, meu caro.
Que não mais menino.
Entenda meu lado.
Fui só descompasso.
Por, naquela época, não saber o que ser.

O tempo passou.
Nos proporcionou o que tínhamos que ter.
E também viver.

Depois da sua volta.
Palavra sufoca.
Então eu vou te dizer:

Que bom que existiu.
Embora partiu.
Eu sei que insistiu.

E quanto ao agora.
Apesar da demora.
Que bom que voltou!


Renata Galbine!

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