quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Deixei De Tolerar


Eu não sei, de fato, o que nos proporciona algo desse tipo.

Se é o tempo.
Se são os tombos.
Se é a idade.
Se é a vida nos proporcionando a evolução da maturidade.
Se é a exigência em maior quantidade.

Só sei que, conforme o tempo passa, a nossa tolerância diminui.
Não digo "paciência", pois a palavra exata é, realmente, a tolerância.

A gente passa a não tolerar certas coisas.
Certas atitudes.
Certos pensamentos.
Certos devaneios.
E certas pessoas.

E se existem coisas que eu não sei mais lidar, é a falta de atitude.
A falta de decisão.
O subentendido.
Aquilo que confunde a razão.

Não sei, nem faço questão.

A vida, é tempo.
É tempo que passa.
E o que passa não volta.

A vida, são oportunidades.
Momentos.
Feitos no agora.
E não deixados para depois.

A vida, são flashs de dificuldades e alegrias.
Perdas e conquistas.

A vida, é levantar todo dia e fazer daquele dia, e naquele dia, como se o próximo não fosse existir.
Porque, de fato, ele pode não vir.

E aí você não viveu.
Não falou.
Não procurou.
Não desabafou.
Não buscou.
Não realizou.
Não concretizou.

Me dá fobia lidar com o incerto.
Falar com o talvez.

Me angustia a falta de atitude.
Nos fazendo pensar que, para o outro, tanto faz, tanto fez.

Me irrita o subentendido.
Eu ter que, praticamente, desvendar, entender, descobrir.
Ficar sem saber o que posso querer ou o que devo desistir.

Detesto o talvez e já disse isso mais de uma vez.
O talvez não é sim, mas também não é o não.

E não é que eu queira ter sempre o recíproco.
Mas, sim.
Eu prefiro um não bem claro, do que me enganar com um sim que eu nem sei se tenho.
E acabar fantasiando uma história que nem sei se vou viver e se vai mesmo acontecer.

Eu gosto da certeza.
Mesmo que seja o contrário do meu querer.

Não gosto de meias palavras.
Meias verdades.
Meias atitudes.
Pessoas pela metade.

Ou esvazia.
Ou transborda.

Não me venha com meia xícara de café.
Meio copo de água.
Tão pouco, meio copo de refrigerante.

Não me ofereça meio minuto do seu tempo.
Uma amizade meia boca.
Ou um amor lixo prestes a me deixar louca.

Me faço inteira.
Me desfaço por completo.
Nunca pela metade.

Sou intensa demais para aceitar qualquer coisa.
Não sei mais lidar com qualquer pessoa, história ou situação que não seja ou um "Sim" ou um "Não".

Não tolero viver pela metade.
Não tolero fazer pela metade.
Não tolero entender pela metade.
Não tolero ter só a metade.

Não tolero ser metade!

A vida me fez inteira.
E tudo o que for pela metade, é melhor não entrar no meu mundo.
Porque nele não vai se encaixar.

Metade de tudo, é o mesmo que nada.
Melhor um "Não", do que viver enganada.


Renata Galbine!

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