sábado, 26 de agosto de 2017

Você Está Por Toda Parte


Peraí...

É que em todas as senhas das minhas redes sociais, tem o seu nome.
A senha do meu cartão de crédito também carrega o seu nome.

O pão do café da manhã que, propositalmente, eu deixava um pedacinho.
Pra quem eu vou dar quando for deixar as coisas na pia?

A banana de todas as manhãs serão divididas com quem?
Desde bebê você gostava.
A mamãe June te ensinou assim.

Quem vai arranhar a porta, prestes a derrubar, pra sair quando acordar?
As marcas dos arranhões continuam ali.
E eu estou desviando o meu olhar deles.

São marcas suas, entende?!
Mas você não está mais aqui.

Hoje eu senti algo nas minhas pernas quando abri a porta para sair do quarto.
Foi tão real!
Jurava que fosse você com sua habilidade de sair na minha frente.

Não consegui permanecer na rede por muito tempo.
Aos poucos, fui notando o vazio que me cercava.
Você não estava nos meus pés deitada.
Com um nó na garganta, tratei de levantar e saí lá de fora.

Quando estava deitada na minha cama, me bateu uma agonia.
Mais de uma vez, olhei para baixo, como sempre fazia, e não te vi dormindo.
Nem seu pano estava lá.
Só seu pote de água, que você nunca viu problema em dividir com os tantos gatos que temos pela casa.

Agora a pouco, saí do banho e ao abrir a porta, tropecei.
Tropecei no vazio.
Ninguém estava me esperando.
Você não estava fazendo a patinha, toda esparramada.

A todo canto você estava.
E agora?

Foram quinze anos, não é?!

Quantas coisas.
Tantos momentos.

Meu Amor.
Você está me vendo aqui?

Eu estou chorando.
Você vai ficar chateada?

Você foi tão forte.
Mas eu não estou conseguindo ser tanto quanto você foi.
Me desculpa!

Lembra quando te dava a crise do "touro bandido"?
Você corria pela casa toda.
Com uma velocidade ninja, saía por uma porta e logo entrava por outra.
Você ainda enxergava.

Como eu amava ver seu rabinho balançando de alegria a cada vez que eu chegava.

Sempre foi comilona.
Se lembra daqueles queijinhos que você comeu sorrateiramente, que o tio Mau havia comprado para aquele final de semana em Itatiba?

Ah, Tiba...

Você não pôde ser minha na primeira tentativa.
Minha saúde não permitiu.

Mas Deus me deu outra chance.
E logo você existiu novamente na minha vida.

Porque TINHA que ter sido daquele jeito.
Naquele momento.
Naquele dia.

Eu que queria tanto ter ido pra casa da tia.
Não pude ir, nem me lembro o por que.
Mas hoje eu sei que foi pra poder receber você.

E que bom que fiquei!

Quinze anos depois, estou indo pra casa dela.
Em busca do que Deus estiver reservando pra mim.
E se Ele estiver inspirado quanto naquele dia...
Que sorte a minha.

Torce por mim?

Me desculpa o desabafo.

Eu Te Amo, sabia?!


Renata Galbine!

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