quarta-feira, 23 de agosto de 2017

15 Anos De Amor.


- "Re, a Tiba não está muito bem!"
- "O que houve com ela?????"
...
- "Re, a Tiba está muito abatidinha."
- "Quando você volta pra casa?"
...
- "Re, tenho que te dizer que a Tiba está bem mal!"
- "Meu Deus. Será que eu consigo chegar a tempo? Vou tentar conseguir passagem antes possível."
...
- "Re, ela está só te esperando chegar."

E eu cheguei.
Me deparei com você tão fraca, tão magra.
Tão debilitada. Como nunca havia ficado antes.

Que choque!

Exatamente no dia que eu viajei você estava completando quinze anos.
Um mês e oito dias depois me despeço de você.

Que dor!

Como você sofreu.
Eu jamais poderia imaginar um fim tão triste, tão pesado e sofrido.
Mas você lutou.
Lutou fortemente, contra suas dores, contra todas as limitações que foram aparecendo no seu corpo no decorrer dos dias.
Lutou até seu último suspiro.

Minha guerreira.
Minha fortaleza.

Meu exemplo do mais puro amor.

Eu sempre soube o quanto você era forte.
Nunca duvidei disso.
Mas me surpreendi do quanto.

Que lição você deixa a cada um de nós aqui de casa.

De amor incondicional.
De força, determinação.

Parece que você não queria partir.
E por mais dolorido que seria imaginar os meus dias sem você, eu pedia.
Pedia do fundo do coração, desesperadamente, que você descansasse.
E a cada vez que o seu sofrimento ia aumentando, eu pedia mais.
Porque você não merecia passar por tudo isso.

Quantas alegrias.

Como você amava brincar.
Correr.

Como você amava viver!

Correr pelo campinho.
Correr pra pegar a bolinha que, incansavelmente, você queria que jogássemos pra poder correr em busca dela e pegar novamente.
Em seguida, se jogava na piscina pra refrescar.
E nadava feito uma criança.

Uma criança livre e feliz.
Foi o que você sempre foi.
Uma eterna criança.

Brincalhona.
Companheira.
Aonde eu estava você ia.
Se eu deitava na rede, você estava deitada nos meus pés.
Se eu ia tomar banho, você deitava na porta pra esperar eu sair.
Eu ia dormir você se recolhia.
Eu acordava e você sabia, mesmo que eu nem tivesse saído da cama ainda.
Pulava em cima de mim com o rabinho abanando tão rápido quanto as asas de um beija-flor.

E hoje você voou.

Depois de quinze anos me despedir de você, é doído.
Eu sempre pensei nesse momento com medo, pois evitava de pensar em te perder.

Mas hoje agradeço.
Agradeço por ter partido e descansado.
Isso porque você não merecia continuar sofrendo.
Isso porque eu não posso ser tão egoísta assim.

A todo momento, queria ter o poder de tirar sua dor e colocar em mim.

Agora, a dor é nossa.
A falta será eterna.
Mas você está em paz.

Você fez parte da minha infância,
Você fez parte da minha adolescência.
Você fez parte da minha vida adulta.

Acompanhou tantas fases, tantas mudanças, tantas dores, conquistas e alegrias.
Sempre ao meu lado. Como se entendesse. Como se me escutasse.

Nunca deixou de estar ao meu lado.
Desde o dia 14 de Julho de 2002, aquela tarde linda e ensolarada quando te recebia em meus braços.
Tão pequena, tão novinha. Uma ursinha.

Até a noite do dia 22 de Agosto de 2017.
Uma noite fria, chuvosa e triste.

Sua audição já tinha sido perdida.
Sua visão já tinha sido afetada.
Seus últimos dias você já nem mais andava.

Me perdoa por não ter podido fazer mais por você.

Descansa, meu amor.
Você merece descansar.

Que os amigos Espirituais te recebam com o mesmo amparo, com o mesmo zelo, com o mesmo carinho, com o mesmo amor que você nos deu a cada um desses quinze anos de alegria, sabedoria e amor.

Eu Te Amo, sabia?!


Renata Galbine!

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