_Escreve que passa.
- Não consigo, mãe.
_Expressa em palavras.
- Não sai nada, mãe.
- Tá doendo.
_Chora que alivia.
- A lágrima não cai.
_Não fica assim.
- Tô tentando, mãe.
- Não precisava ser desse jeito.
_De algum jeito ia de ser.
Foi livramento.
Logo você consegue esquecer.
- Eu não sei.
_Eu tenho certeza.
_Antes agora, do que pior depois.
Nem foi de todo mau assim.
Você fez duas amigas, disse isso pra mim.
_Aquele rapaz que te chamou pra dançar.
Dançou umas quatro músicas seguidas, até você o dispensar.
- Foi!
_Teve até um dizendo que você se parece com a Luiza Brunet.
- Que inclusive, não tem nada a ver.
_Filha, depende dos olhos de quem vê.
- Pode ser.
_Também não disseram que é encantador te ver dançar?
- Deve ter sido só pra me agradar.
_Não se esqueça que, quando tudo parecia perdido, você encontrou um amigo.
- Encontrei?
_Quando pensou que estava desabando, não foi para o lado de fora e acabou o encontrando?
- Sim. O senhor sentado no banco que comigo ficou conversando.
_E se apaixonando!
- Mãe!
_Nada é por acaso.
Ele te olhou com um olhar humano.
Ao contrário do profano, ele enxergou tua alma.
O oposto do insano, ele te serviu de calma.
E, sem que você pudesse imaginar, estava fazendo alguém se apaixonar.
Vai além do ser mulher.
Ele enxergou o ser humano.
Apesar da decepção, você estava brilhando.
- Mãe.
Te Amo!
Renata Galbine!
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