segunda-feira, 3 de julho de 2017

Dialogo: Mãe x Filha



_Escreve que passa.
- Não consigo, mãe.

_Expressa em palavras.
- Não sai nada, mãe.

- Tá doendo.
_Chora que alivia.
- A lágrima não cai.

_Não fica assim.
- Tô tentando, mãe.

- Não precisava ser desse jeito.
_De algum jeito ia de ser.
Foi livramento.
Logo você consegue esquecer.

- Eu não sei.
_Eu tenho certeza.

_Antes agora, do que pior depois.
Nem foi de todo mau assim.
Você fez duas amigas, disse isso pra mim.
- Sim!

_Aquele rapaz que te chamou pra dançar.
Dançou umas quatro músicas seguidas, até você o dispensar.
- Foi!

_Teve até um dizendo que você se parece com a Luiza Brunet.
- Que inclusive, não tem nada a ver.
_Filha, depende dos olhos de quem vê.
- Pode ser.

_Também não disseram que é encantador te ver dançar?
- Deve ter sido só pra me agradar.

_Não se esqueça que, quando tudo parecia perdido, você encontrou um amigo.
- Encontrei?
_Quando pensou que estava desabando, não foi para o lado de fora e acabou o encontrando?
- Sim. O senhor sentado no banco que comigo ficou conversando.
_E se apaixonando!
- Mãe!

_Nada é por acaso.
Ele te olhou com um olhar humano.
Ao contrário do profano, ele enxergou tua alma.
O oposto do insano, ele te serviu de calma.
E, sem que você pudesse imaginar, estava fazendo alguém se apaixonar.
Vai além do ser mulher.
Ele enxergou o ser humano.
Apesar da decepção, você estava brilhando.

- Mãe.
Te Amo!


Renata Galbine!

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