sábado, 21 de outubro de 2017

Não Tá Fácil


O ano de 2017, está sendo bastante difícil pra mim.

Difícil em muitos aspectos.
Na verdade, difícil em, praticamente, todos os aspectos.

Talvez uma palavra que resuma bem, seja: Frustração!

Parece que foi um ano que entrei tropeçando e permaneci cambaleando, tentando me por em pé no decorrer de todo o ano.
Até parei agora pra pensar alguns segundos, enquanto escrevo, onde estava e o que fiz na virada do ano.
Coisas de superstição: "Que cor de roupa eu usei". "Em que lugar passei". E etc.!
Detalhes irrelevantes, é claro.
Mas, ainda assim, pensei.

Talvez, tenha me faltado planejamento.
Embora o que estava planejado tenha sido em vão.
Talvez, tenha me faltado opção.

Não foi um ano de portas na cara. Embora eu tenha levado algumas, o que faz parte.
Mas foi um ano onde me sinto estagnada.
E não por ter ficado parada.
Pois não fiquei!

Quantas coisas eu tentei.
Quantas coisas eu arrisquei.
Tentei. Busquei. E mudei.
Mas não saí do lugar.

Foi como andar em uma esteira.
Ou subir na contra mão em uma escada rolante.
O famoso: "Nadar e morrer na praia", sabe?!

E além das coisas que não conquistei, tiveram as que perdi.
O que é ainda pior.

Ah, meu bebê...
Tão branco, feito neve.
Com os olhos azuis, feito o céu ao amanhecer.
Tão doce. Puro. Calmo. Singelo.
Assim era o Théo.
Que resolvi adotar, após me recuperar também de uma perda vivida. E muito sofrida!
O adotei.
E como eu o amei.
Aliás. Não tinha quem não o amava.
Um gato inexplicavelmente amável.
Ele era diferente.
Um ser, realmente, de luz. Especial!
Um verdadeiro anjo em nossas vidas. É impossível explicar e descrever.
E, repentinamente, adoeceu e morreu.
Nos meus braços, chegando ao Veterinário.
Leucemia? Talvez.
Foi a suposição do veterinário que não teve tempo de consultá-lo e diagnosticá-lo.
Foi menos de um ano comigo, mas parece que foi uma vida.

Chorei.
Como eu chorei.
E ainda choro.
Estou chorando.
Ainda lembro.
Porque é impossível não lembrar.
E sentir.
A dor, o vazio.
E a falta!

E os meses se passaram.
Poucos meses além.
E lá se vem outra perda.
O Pingú.
Meu Labrador comprido de olhos pidões.
Adoeceu e em poucos dias morreu.
Dormindo!
Agradeci a Deus por ele ter morrido sem sofrer.
Mesmo sem entender.
Mesmo sem querer!

E em menos tempo depois, mais uma perda.
E que perda!
Foram 15 anos de história. 15 anos de amor.
Ela adoeceu. E como sofreu.
Foram dias de dor, de angústia.
Embora eu tivesse passado todos esses anos com medo de imaginar o dia em que eu tivesse que me despedir dela, naqueles dias eu chorava, sofria, mas pedia a Deus que permitisse que ela descansasse, dessa forma, seu sofrimento chegaria ao fim, pois ela não merecia. Eu não podia ser egoísta.
Sofreu tanto, tanto, tanto, que eu jamais poderia imaginar que fosse ser dessa forma.
E ela, enfim, descansou.
Que saudade me deixou.
Minha Cocker, que chegou com seus 45 dias e me proporcionou tanto amor.

A vida se mostra tão breve, efêmera.
E até agressiva. Nos tira em um piscar de olhos.

Fora todas essas tantas perdas.
Quantas perdas.
Quantas decepções no decorrer de um ano.

Amigos que se tornaram inimigos.
Pesado.
Mas real.

Pessoas que a gente se aproxima, cria empatia e confia.
E se decepciona profundamente depois.

Amores que surgiram.
Amores que partiram.
Amores que romperam. Mas não necessariamente que morreram, isso é, que deixaram de existir dentro de nós.

A busca preocupante e incessante pelo dinheiro e pelo trabalho.
Mas tem estado difícil crescer, ganhar experiência e amadurecer profissionalmente.
A oportunidade tem sido pra poucos.
E, aparentemente, só esses poucos é que tem valor perante muitos.

E eu tenho me sentido um individuo avulso, oculto.
Aquele ser que, por mais que tente, por mais que faça, não é o suficiente.

A sociedade é exigente.
Quer demais.
E oferece tão pouco.
Ou nada!

É como se eu não tivesse um lugar no mundo.
E se tenho, não o encontro.

Nesse turbilhão de acontecimentos, o sorriso tem que existir.
Você tem que levantar de manhã e insistir.
Você tem que enfrentar um dia e não desistir.

Mesmo sem vontade.
Mesmo sem coragem.
Mesmo sem...

E assim eu tenho me sentido...
Sem amparo.
Sem refúgio.
Sem perspectiva.
Sem porto seguro.

É pegar as dores, desamores, desavenças e seguir.
Fazendo de conta que o dinheiro não faz falta.
Que as perdas não marcam a alma e foram relevadas.
Que a falta de estrutura e amparo dentro de uma casa, são facilmente encaradas.
Que a vida é leve de ser superada e encarada.

Ah, mas não é.
Não mesmo!

Cansa, sabe?!
Dói, entende?!

Sufoca e angustia.
É uma agonia que só quem sente é capaz de entender.

É um cansaço.
É um desânimo por correr e não sair do lugar.
É um esgotamento por tentar e não conquistar.
É uma frustração.

Uma profunda, desanimadora e verdadeira:

Frustração!


Renata Galbine!

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