segunda-feira, 4 de junho de 2018
Reencontro com nós mesmos
Há momentos na vida que precisamos parar.
Realmente: Parar!
Há momentos que precisamos calar.
Tapar os ouvidos para o mundo lá fora.
E, às vezes, até para o mundo a nossa volta.
Se isolar.
Silenciar!
Há momentos que precisamos escutar.
Mas escutar a nós mesmos.
Escutar lá dentro.
Bem no fundo do peito.
Onde, por tantas vezes, ou por tanto tempo, sufocamos, ignoramos.
Ou nem notamos.
E quando nos damos conta, nos deparamos com uma bagunça sem tamanho.
Parece estar tudo de ponta-cabeça.
De pernas para o ar.
Bagunça sentimental.
Emocional.
Racional.
Material.
"Onde estou?"
"Quem sou?"
"Pra que lado vou?"
"Em que posso ajudar?"
"O que faço para melhorar?"
"O que verdadeiramente é amar?"
"Quem são meus amigos?"
"Quem está, realmente, comigo?"
"Com quem, de fato, posso contar?"
"O que é correspondido?"
"De que vale o subentendido?"
"Tem alguém aí que possa me escutar?"
Preferi dizer pra mim mesma.
Dizer.
Pensar.
Analisar.
Relembrar.
Avaliar.
E, então, tantas coisas começam a virem a tona.
Que zona!!!
Vem a tona tantas perdas.
A gente se pergunta quais serão as próximas conquistas pra "enganar" tantos vazios.
Vem a tona como gavetas reviradas.
Uma casa abandonada com mil coisas encaixotadas, guardadas, empoeiradas, abandonadas.
Você se isola, se cala.
Mas dentro de você o pensamento não para.
Quase como um inferno astral, como dizem.
Ou pior.
Sem emitir uma palavra a sua mente fala.
Grita dentro de você.
Pra você.
E até mesmo para o mundo, sem que ninguém possa perceber.
Até porque, ninguém jamais seria capaz de compreender.
Você mal sabe por onde começar.
A única coisa que sabe, é que tem que tentar.
Mas como?
Nem suas forças você sabe aonde está.
Lamenta pelo que perdeu.
Lamenta por tudo o que gostaria, mas ainda não conquistou.
Ainda assim...
Em cima de dores e destroços.
Agradece por tudo o que viveu e ganhou.
E vai tentando.
Pouco a pouco.
Dia após dia.
Organizar as gavetas.
Empilhar o que é válido em suas prateleiras.
Tomar coragem de abrir tantas e tantas caixas sem saber ao certo com o que vai se deparar.
O que vai precisar descartar.
O que ainda dá para salvar.
Mas o mais difícil de tudo, não é nada disso.
O mais difícil está em si mesmo.
Se reorganizar.
Se entender.
E, acima disso:
Se reencontrar.
Pra se refazer!
E como é difícil se refazer.
Uma briga com você, contra você mesmo.
Os pensamentos estão completamente fora de órbita.
Mas enquanto a gente não se reencontrar, não saberemos...
Não saberemos a peça de roupa que não vamos mais vestir.
O livro que podemos doar.
O calçado que não vamos mais usar.
O amor que vale a pena esperar.
Bem como, o amor que devemos deixar voar.
Situações nas quais nos cabem desistir.
Tentar ou Insistir.
O que merece ficar.
O que só vai nos machucar.
Histórias que valem investir.
Pessoas que o melhor é deixarmos ir.
O que é necessário lutar.
Onde preciso mudar e o que vou fazer para conseguir.
Enquanto a gente não se reencontrar com nós mesmos.
Não vamos encontrar o melhor caminho a seguir.
Vamos nos manter perdidos.
Sofridos.
Oprimidos.
Calados.
Sufocados.
E estagnados em nossos próprios questionamentos, dúvidas e fardos!
Renata Galbine!
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