sábado, 23 de junho de 2018

Amor Recíproco?


Penso que um Amor Recíproco não é recíproco somente no sentimento.
Os sentimentos recíprocos, trazem junto de si muitos outros fatores na bagagem.
Bagagem grande, diga-se de passagem.

Depois do Sentimento.
Eu citaria a Preocupação.

Diariamente, querer saber o que fez.
Querer saber como está.
Como foi o dia.
O que precisava resolver ou não conseguiu concretizar.
Notar um sorriso de felicidade.
Ou um desanimo, um olhar triste, uma angustia, talvez, por alguma dificuldade que teve que encarar.

Conversar.
Poder telefonar.
Mandar mensagem.
Responder sem demorar.

Sair.
Chegar.
Simplesmente, ficar ali.
Juntos e se curtir.

O querer estar junto.
Mas junto mesmo.
Entregues.

Namorar.
Se duvidar, até casar.

Não estamos falando de amor de ambas as partes?
Logo, não estamos falando de se apaixonar.
Ou dessa realidade decadente do "pegar sem se apegar".

Não é a qualquer momento que duas almas se encontram sentimentalmente.
Não é em qualquer esquina, todos os dias, que um amor correspondido nasce simultaneamente.

Priorizar.
O que não é abandonar o mundo a volta.
Mas é fazer dessa pessoa um grande propósito na sua vida, nos seus dias, na sua rotina.
Dar importância, independente das circunstâncias.

O amor é doce.
É claro.
Sincero.
Leve.
Sadio.

Não é arredio.

Ninguém pensa para amar.
Ninguém espera para amar.
Não se adia para amar.
Senão, pode se tornar tardio.

Amar, é assumir que ama.
E assumir quem você ama.

Porque o amor é transparente.
Não se esconde.
Se tem que esconder, notoriamente não é prioridade.
E se não é prioridade me faz pensar se é amor de verdade.

Esses amores pela metade.
Pelas beiradas.
Que tem que adiar.
Pensar.
Temer.
Esperar.
Esconder.
Refletir.
Recalcular.

O amor da mesma forma que você sente ou não.
Você vive ou não.
Se ele, realmente, for de verdade.
Não tem como ser pela metade.

Acaba parecendo sobra.
Sobra de tempo.
Sobra de atenção.
Sobra de preocupação.
E, por ventura, se der.
"Quem sabe".
"Talvez".
"Conforme for".
"Vou ver".
Encaixar um momento e se ver.

Esses amores em pedaços.
Que você nota o que não está recebendo.
Mas está oferecendo.

Que você sabe o que está precisando.
E o outro parece não estar percebendo.

Que você tem que ficar a espera que aconteça.
E, em alguns momentos, isso não chega.

Que você tem que diminuir o seu mundo.
E o pior:
Cobrar.

Amor não se cobra.
Simplesmente, se recebe.
Se dá.

Dosar os seus sentimentos.
Esconder momentos.

Se privar de certas coisas porque a pessoa não está ali naquela hora.
E você fica aguardando a hora que ela vai poder estar.

Que tortura!
Está tudo errado.
O amor está longe dessa conduta.

O amor não faz sofrer.
Faz querer viver.
E vive.

O amor não faz chorar.
Faz sorrir.

O amor não faz o coração doer.
Faz o coração pulsar.

- Amor Recíproco, cadê você?
Você é real?
Você existe?
Por que não está aqui por perto ou ao meu lado?
Por onde você anda que está tão ocupado e por fora da minha vida, do meu mundo, dos meus problemas, das minhas dores, das minhas questões?

Talvez eu não seja o principal cristal a priorizar.

A gente enxerga.
Mas por que leva tanto tempo para aceitar e se posicionar?

- Amor Recíproco, você tem um tempo?
Horas; Minutos?
É o que parece restar.

Alguns minutos do dia pra responder.
Limitados minutos na semana pra ligar.
Horas contadas pra estar.

Por que te ofereci a minha vida, o meu sentimento mais profundo, compartilhei o meu mundo?

Sei que está atarefado demais, ocupado demais, preocupado demais pra me priorizar.

Que tola eu.
Desculpa te ocupar.
E ainda te cobrar.

Apesar de, aparentemente, se tratar de um "amor recíproco".

Estou eu aqui tentando caber, me encaixar, me esforçando para permanecer no seu mundo.
Querendo ser e te tendo como o meu porto-seguro.

É que eu queria conseguir enxergar esse tal sentimento recíproco em toda sua singularidade.
Nos gestos.
No tempo.
Nas prioridades.

É o mínimo.
É o básico a que me refiro.

O ligar.
O escutar.
O responder.
O se ver.
O estar.

É que nesse momento eu só queria que pudesse estar aqui secando as lágrimas que estou a derramar.


Renata Galbine!

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