segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

A Cumplicidade que Completa


As pessoas falam tanto de relacionamento...

De TER um relacionamento.
De VIVER um relacionamento.
De ALCANÇAR um namoro.

Mas nessa busca cega e desesperada por TER alguém, parece que as pessoas se privam de viver histórias que podem te acrescentar tanto quanto o tão almejado e esperado ''namoro''.

Nessa busca frenética e constante em ter um relacionamento e dizer que está em um, as pessoas, muitas vezes, deixam de notar minunciosamente histórias que vivem e pessoas que entram em suas vidas.

Aprendi, com o tempo e com os tombos, que ter um relacionamento, vai muito além de dizer que tem um (a) namorado (a).
Percebi que ter um (a) namorado (a), nem sempre, é tudo e o suficiente.
Pois vejo relacionamentos por aí tão vagos, vazios, incompletos.
Falta afinidade, troca, sintonia, vontade.

E aí vem a vida e nos prega a peça de viver algo que nunca poderíamos imaginar.
Algo muito além e superior do que fantasiávamos ser o que gostaríamos de ter.

Às vezes, é difícil até nomear.
Pois somos incapazes de decifrar o que, de fato, a vida está nos proporcionando.
Mas penso que, se a vida nos proporciona, temos que viver e aproveitar.

Viver intensamente.
Aproveitar incansavelmente.
Se entregando verdadeiramente.

Aprendi que dizer que está namorando e, de fato, estar, nem sempre é o suficiente.
Encontrar e estar com alguém não é nem de longe a garantia de uma estabilidade emocional.
Talvez isso não passe de um status onde dois corpos se encontraram, por algum motivo se quiseram, se aproximaram e, em algum momento, deixaram de se querer e nem notaram.

Aprendi que o suficiente vai muito além disso.

Encontrar em alguém a reciprocidade.
Uma troca de energias completamente singular.
Se entender através de um olhar.
Ter assuntos pra conversar.
Querer estar junto.
E quando precisar estar longe, sentir a saudade apertar.
Uma saudade que dói de levinho, mas gostosa, que dá pra suportar.
Uma saudade de um bem que vai voltar.
A parceria.
A cumplicidade.

Agora chegando na palavra exata e principal:

Cumplicidade!

Um casal não é casal se não forem cúmplices.

A cumplicidade é, resumidamente, a troca escancarada.
A cumplicidade é, notoriamente, a energia trocada.

A cumplicidade é verdade.
A cumplicidade é respeito.
A cumplicidade é carinho.
A cumplicidade é afeto, querer estar perto.
A cumplicidade é transmitir confiança, sem que seja necessária a cobrança.
A cumplicidade é mostrar o seu mundo e enxergar o do outro.
A cumplicidade é presença.
A cumplicidade é conversas, reflexões, troca de opiniões.
A cumplicidade é, mesmo longe, não se fazer ausente.

E quando você se depara com tudo isso.
Com absolutamente tudo isso.

Essa plenitude de características.
Essa totalidade de entrega.
Essa reciprocidade de sentimentos.

Você vê que está vivendo algo muito além do imaginado e esperado.
Algo leve e de forma alguma pesado.
Algo fora dos padrões e dos status.

Sem que seja feito pedido.
Sem que seja verbalizada promessas.

Você, simplesmente, está vivendo algo muito além disso.

Não é nem necessário o pedido de algo que já está tão claro e entendido.
Não são necessárias promessas, porque os olhares e as conversas verbalizam muito além disso.

Só é necessário viver e se entregar a tudo isso.
E esse "tudo" é tanto que eu até me espanto.
Mas, ao mesmo tempo, me encanto.

Em silêncio, agradeço.
Dia a dia, vou vivendo.
E pouco a pouco, aprendendo.

Me permitindo e me abrindo a essa única, incomparável e indescritível cumplicidade que me completa!


Renata Galbine!

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