quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Olhar que cuida


Sei que muitas pessoas vão me entender.
Vão se identificar.
E vão se lembrar de alguém que tenha o mesmo significado do que vou escrever agora.

Eu estava refletindo a respeito.
Por isso, resolvi falar sobre isso.
Expressando em palavras.

O olhar do meu gato, é uma coisa incrível...

Às vezes, eu até me esqueço que ele não fala.
De tanto que ele diz com os olhos.

É engraçado...

Ele é todo moleque, levado.
Crianção.
Mas quando estou com um problema enorme nas mãos e olho pra ele.
Ele me olha com um olhar sério, expressivo.
Parece estar refletindo sobre o meu problema.
Parece dizer:
- "Eu te entendo, mamãe. É, realmente, muito sério tudo isso."
E aquela tensão, angustia, preocupação, parece até dar uma aliviada.
Me sinto tão encantada.

Quando estou pra brincadeira, mais uma vez, olho e lá está ele...
Com aquele olhar levado.
Pronto pra começar a bagunça e a farra.

Quando estou triste, ele me olha com um olhar nostálgico.
Parecendo entender cada porcento da minha dor.
Aquele olhar regado de amor, me diz:
- "Calma, mamãe. Não desanima.
Eu estou aqui pra te dizer que a vida é maior do que você possa perceber."

Quantas frases sou capaz de traduzir quando ele me olha no fundo dos olhos.

Às vezes, me pergunto se é coisa da minha cabeça.
Se eu fantasio o que ele está pensando e querendo dizer.
Se eu estou viajando e me enganando.

Mas, não...

Ainda assim, prefiro acreditar que sim.
Que estou certa.
Certa do que ele transmite pra mim.

A gente acredita em tantas coisas que lê, que escuta.
E que, nem sempre, é verdade.
Nem sempre, são palavras sinceras.

Por que não acreditar em um olhar puro e sincero?

- "Estou com fome, mamãe."
- "Quero minha comida, mamãe."
- "Estava uma delícia. Obrigado."
- Mamãe, posso dormir aqui?"
- "Mamãe chegou. Eu estava com saudade."

- "Não chora, mãe. Olha o que eu faço pra te fazer sorrir."
- "Mãe, gosto tanto quando está aqui."
- "Mãe. Obrigada por existir."

- "Te Amo, Mamãe."

São frases tão clichês.
Tão simples.
Mas tão importantes de receber.
Mesmo que de uma forma "diferente".

E nós que podemos dizer, muitas vezes, nos privamos de falar.
Recebemos sem agradecer.
E sem perceber o quanto estamos deixando de reconhecer.
De sermos gratos.
E mais sensatos.

Por que não acreditar na delicadeza e pureza do meu gato?

Que tenhamos à nossa volta olhares puros que nos digam mais do que mil palavras que estão ao nosso lado.
O quão somos importantes.
O quão agradecidos estão.
E o quanto nos amam por estarmos ali.

Te Amo muito, meu Menininho.
Obrigada por existir.


Renata Galbine!

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